“Graças ao amor misericordioso de Deus não há pecado, por maior que seja, que não possa ser perdoado, nem pecador que seja posto de lado. Todas as pessoas que se arrependerem serão recebidas por Jesus Cristo, com perdão e imenso amor” (São João Paulo II, em 29-9-79).
O poder de perdoar os pecados foi dado por Jesus aos Apóstolos (CIC 1461), através do Espírito Santo: “Recebei o Espírito Santo. Os pecados daqueles a quem perdoares os pecados serão perdoados. Os pecados daqueles a quem não perdoardes não serão perdoados” (Jo 20, 22).
Disse ainda o Santo Padre numa homilia em 16-3-80: “Confessamos os nossos pecados ao próprio Deus, embora no confessionário sejam escutados pelo homem-Sacerdote”.
Constituem partes do Sacramento da Reconciliação:
1. Exame de consciência
O exame de consciência é condição indispensável para uma confissão bem feita, que se traduz num “confronto sincero e sereno com a lei moral interior, com as normas evangélicas propostas pela Igreja, com o próprio Jesus Cristo que é para nós Mestre e modelo de vida” (São João Paulo II, em 26-3-81).
2. Contrição
A contrição é “uma dor de alma e uma detestação do pecado cometido, com o propósito de não mais pecar no futuro” (CIC 1451). A contrição é uma recusa do pecado e o firme propósito de não voltar a pecar.
Ato de contrição:
Meu Deus, porque sois infinitamente bom e Vos amo de todo o coração, pesa-me de Vos ter ofendido e, com o auxílio da Vossa divina graça, proponho firmemente emendar-me e nunca mais Vos tornar a ofender. Peço e espero o perdão dos meus pecados pela Vossa infinita misericórdia. Amem.
3. Confissão dos pecados
É a acusação espontânea de todos os pecados ao confessor. É uma atitude de entrega, confiando plenamente na misericórdia de Deus. A Igreja recomenda a confissão regular mesmo que não haja pecados mortais, pois, na confissão Jesus vai-nos curando e moldando o nosso coração, atraindo-nos cada vez mais para Si.
4. O perdão
É o momento em que se experimenta o contato com o poder e a misericórdia de Deus, por intermédio do Sacerdote, que nos devolve à vida, deixando para trás as trevas e voltando à luz.
O Sacerdote pronuncia a absolvição: “Deus, Pai de misericórdia, que pela morte e ressurreição de Seu Filho reconciliou o mundo consigo, e infundiu o Espírito Santo para remissão dos pecados, te conceda, pelo ministério da Igreja, o perdão e a paz. E eu te absolvo dos teus pecados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.”
O penitente responde: Amém.
5. A penitência
São João Paulo II, em 22-3-83, disse: “a penitência tem por missão conseguir a remissão das penas temporais que, depois da remissão dos pecados, ficam ainda por expiar na vida presente ou na futura.”
A penitência é a reparação pelos pecados cometidos, oferecida/imposta pelo confessor. “Deve levar em conta a situação do penitente e procurar seu bem espiritual. Pode consistir na oração, numa oferta, em obras de misericórdia, no serviço ao próximo, em privações voluntárias. E principalmente na aceitação paciente da cruz que devemos carregar. Essas penitências ajudam-nos a configurarmo-nos com Cristo, que, sozinho, expiou os nossos pecados uma vez por todas. Tais penitências fazem que nos tornemos co-herdeiros de Cristo Ressuscitado, pois, sofremos com Ele. Mas nossa satisfação, aquela que pagamos por nossos pecados, só vale por intermédio de Jesus Cristo, pois, não podendo coisa alguma por nós mesmos, tudo podemos com a cooperação daquele que nos dá força. E, assim, não tem o homem de que se gloriar, mas toda a nossa ‘glória’ está em Cristo… em quem oferecemos satisfação, produzindo dignos frutos de penitência, que dele recebem seu valor, por Ele são oferecidos ao Pai e graças a Ele são aceitos pelo Pai” (CIC 1460).
“Ao celebrar o Sacramento da Penitência, o Sacerdote cumpre o ministério do bom pastor, que busca a ovelha perdida; do bom samaritano, que cura as feridas; do pai, que espera o filho pródigo e o acolhe ao voltar; do justo juiz, que não faz acepção de pessoa e cujo julgamento é justo e misericordioso. O Sacerdote é o sinal e o instrumento do amor misericordioso de Deus para com o pecador” (CIC 1465).
“O confessor não é o senhor, mas o servo do perdão de Deus” (CIC 1466).
Para saber mais: CIC 1420 a 1498.
Textos de apoio:
CIC – Catecismo da Igreja Católica; A Confissão explicada pelo Papa, Paulus Editora, 4ª Ed. Março 2002
Do Informativo São Jose, março 2017